De cima da pedra
podia ver o horizonte.
Inevitável, perdido, longilíneo, inesgotável, confuso…
Tons confusos.
O olhar seguia aquela linha inexistente,
Como eu, mutável.
As ondas batiam nas pedras, espumavam.
Meu corpo era pedra, inviolável.
A violência daquela beleza toda,
corria nas minhas veias,
escorria das minhas pálpebras.
beleza salinizada,
como a paisagem.
A onda me acertou,
a musculatura não resistiu,
aquele conjunto que chamei de eu
me escorreu por entre os dedos,
dedos que não eram mais meus,
eram o mar.
Me deixei levar,
fazer parte da imensidão que me invadiu pelos olhos.
Meu eu farol, se tornou âncora!
Me tornei âncora,
miserável, submersa…
Eu era o mar.
E quando me olhei nos olhos parti,
em mil pedaços, parti, sob o sol…
Parti, a onda me acertou.
Atol.